quarta-feira, 5 de novembro de 2014

É amor.

Mesmo não sendo proveniente de uma família sportinguista, desde pequenina que sempre ouvi dizer que os verde e brancos eram diferentes. Tanto, que vivia eu o verde e branco sem nunca ter ido ao estádio, sem nunca ter ganho um campeonato, sem nunca ter ganho... na verdade nada. Era sportinguista, simplesmente porque o era. 

Ninguém me ensinou a sê-lo, nem ninguém fez dele parte da minha educação. Era um adjectivo, como ser bonito, ou engraçado, ou boa pessoa, simplesmente "era-se". 

Muitos contam as histórias de como iam ao antigo estádio de mão dada com o pai, que lhes contava e explicava o que acontecia dentro do campo... Eu invejo essas histórias, e conto sobre a primeira vez que fui ver o Sporting, meio às escondidas dos meus pais, ao estádio... da Luz.

Nesse dia descobri uma coisa: não era só o sportinguista individual que era diferente. A família sportinguista era mesmo diferente. Em nada nos parecíamos com aqueles palermas que gritavam do outro lado das bancadas, que mais pareciam uns animais.

Perdemos, mas nós éramos especiais, e fiquei ainda mais apaixonada pelo nosso grande clube. 

Não. Não é giro ser do Sporting. Não somos sempre felizes, e já fomos muito tristes. Mas é amor.

O verdadeiro amor aumenta nos momentos maus. Aumenta com a distancia, em vez de se desvanecer. Faz parte de nós em vez de ser uma companhia.

Não é uma paixão passageira, que quando começa a dar problemas mais vale dar de frosques.

Nós, os verdadeiros sportinguistas, sabemos disso.

Hoje enchemos o estádio, mais uma vez, e provaremos dentro de campo que merecíamos o empate no jogo anterior.

Hoje enchemos o estádio e ficaremos sem voz mostrando assim que o Sporting Clube de Portugal não se cala contra injustiças por parte da UEFA.

Hoje enchemos o estádio e mostraremos a todos que acreditamos num amor incondicional por um clube.

Hoje enchemos o estádio e, contra tudo e contra todos, vamos ver a nossa equipa a ganhar.


Acreditem, e saiam de casa! Larguem as televisões, e não pensem no frio que faz. Não vão querer estar no café a falar deste jogo daqui a uns anos, a grande vitória do Sporting contra o Shalke 04, e terem a vergonha de dizer que não foram ao estádio pois não?

Hoje enchemos o estádio porque somos diferentes.

Hoje enchemos o estádio porque somos SPORTING.


terça-feira, 30 de setembro de 2014

Tenho orgulho em ti

Adormeci mal cheguei a casa do jogo, mas acordei agora, às 2:07 da manhã, e não consigo não escrever.

Em 23 anos de vida nunca tinha visto um jogo em casa para a Champions. Já tinha visto no Bernabeu, no Calderón e até na lixeira. Tinha 15 anos a ultima vez que jogamos nesta competição, 16 a primeira vez que vi o Sporting em Alvalade, mas como qualquer amante de futebol, todas as terças e quartas, lá estávamos nós, às 19:45, num zapping entre jogos para tentar não perder nada do que se estava a passar.

19:45.

Aquela hora mágica. Aquela hora em que o futebol começa no seu maior esplendor.

Ao fim de 23 anos, vejo pela primeira vez Alvalade a apitar às 19.45 e a excitação era incontrolável. Contra o Chelsea!!! Dividiam-se as opiniões em relação ao Mourinho, quem adore, quem odeie, faziam-se apostas, havia medo, havia esperança, comiam-se bifanas e a cerveja não podia faltar. Só se queria era chegar a tempo de ouvir o hino. A má organização de um estádio capacitado para 50.000 pessoas não permitiu a entrada de muitos (incluindo a mim) a tempo de ouvir o LA CHAMPIOOONS que todos desejávamos. Mas não interessava, porque o apito já tinha soado e já lá estávamos dentro... “FINALMENTE”!!!

Não me apetece falar de futebol, apetece-me falar de coração.

 Tenho Orgulho. Orgulho dos meus jogadores, do meu treinador, da voz unida em Alvalade que impressionou tanto os ingleses, que acalmaram bastante os cânticos na segunda parte (talvez ajudado pela ressaca que lhes deve ter chegado entretanto).

Tenho orgulho no Rui Patrício, que em tempos odiava e termia cada vez que se aproximava da bola, mas que provou, mais uma vez e até a sportinguistas, que é um grandíssimo guarda-redes.

Tenho orgulho nos estreantes em competições europeias. Sim, porque alguns nem eram estreantes só na Champions, mas em qualquer competição europeia.

 Tenho orgulho no Marco Silva, que soube quando podia arriscar, como arriscar, e não se deixou assustar.

 Tenho orgulho no Carrillo. É verdade, tenho orgulho no Carrillo. Eu. A Singu. Tenho orgulho no quanto cresceu, mas mais do que isso tive orgulho quando foi substituído e foi a correr!!! Em vez de ir a passo de caracol como era antigamente. Parabéns miúdo.

 Tenho orgulho no Adrien, no William e no João Mário, pois foram uns reis contra um meio campo de alta qualidade internacional, experiente, e que no papel não iam dar hipótese. Mas futebol é futebol. Não baixaram a cabeça, não deixaram de suar, não desonraram a camisola.

 Tenho orgulho na nossa curva, que foi incansável. Tenho orgulho no nosso publico que foi elogiado até por Mourinho.

 Tenho orgulho em tudo isto e tenho orgulho em ti. Que foste ao estádio e gritaste e desesperaste e acreditaste. Tenho orgulho em fazer parte da tua família. Tenho orgulho em fazer parte de um Sporting tão bonito, tão unido, tão especial.

Queridos jogadores,

nós acreditamos em vocês, nós acreditamos que vamos longe, nós não desistimos, portanto não desistam. Acordem todos os dias a esforçarem-se um pouco mais, adormeçam todos os dias um pouco mais cansados. Acordem todos os dias um pouco mais cedo para o treino, por muito difícil que seja, mas esforcem-se e não baixem os braços. Não virem as costas ao sucesso. Tenho orgulho em vocês, mas sei que conseguem ser ainda melhores, e quando o forem, vão ver que vale a pena. Vão ver que não haverá maior amor que o nosso. Vão ver que estaremos lá para vocês, mesmo quando as coisas não correrem bem. O futebol é feito de jogadores, e nós somos o vosso 12º jogador. Olhem para as bancadas e tenham também orgulho em nós. Façam isto por nós.

 SPORTING SEMPRE

 SL
 Singu





domingo, 28 de setembro de 2014

Diz-que-são-centrais

Já ninguém pensava noutra coisa desde o ultimo derby. Só queríamos que chegasse sexta-feira, dia 26 de setembro de 2014. Finalmente chegava o clássico, e se nos derbys não ganhamos ha uns anos, Alvalade é o palco onde a equipa do norte perdeu mais pontos na ultima década. A esperança era muita, e acordei com uma pica enorme. Íamos ganhar. Tínhamos de ganhar. 

"Esmerdei-me" (peço desculpa pela palavra, mas muito sinceramente não há outra) toda numas escadas, e torci o pé. Achava mesmo que já não podia ir ao estádio utilizar pela primeira vez a minha primeira gamebox, e chorei. Chorei até decidir que não ia ser um pé do tamanho de uma melancia que me ia impedir de ir ver o meu grande amor. 

Uma primeira parte magistral. Convenceram-me que iríamos ganhar tranquilamente, sem haver grandes sustos, a não ser quando os nossos diz-que-são-centrais tocavam na bola. Mas na primeira parte nem tocaram tanto, pois tínhamos um meio campo em forma, inspirado, que não deixava passar nada, com um William, um Adrien e um João Mario (que desde a primeira jornada digo que deveria ser titular, e toda a gente me manda calar porque "sou rapariga e não percebo nada disto") em modo genios. 

Nos cantos, confesso que ainda não percebi a maneira deles se posicionarem, que na maior parte, se houver um ressalto, não há ninguém para o apanhar e rematar. Ou se houver, normalmente há algum problema na área e os nossos jogadores em vez de irem à bola e seguirem com o jogo, distraem-se a refilar com o árbitro (como aconteceu no grande remate do Capel, em que poderia ir lá uma segunda vez, mas estava mais ocupado a refilar). E por diversas vezes aconteceram situações destas, mas hei de fazer um post apenas sobre este assunto, pois tenho uma teoria muito profunda sobre ele.

Na segunda parte desaparecemos. É difícil aparecer com uma equipa toda amarelada, e a levar cacetada por todos os lados e a vê-los a sair impunes. É difícil aguentar 90 minutos a controlar um Porto com uma grande equipa mas ainda pouco estruturada. Lopetegui vai experimentando, e vai vendo o que passa, como numa pre-época, mas com um banco que dava para outro Porto de grande qualidade. E se na primeira parte não resultou, na segunda fomos papados. Nani desapareceu, William está gordo e não aguenta 90 minutos (mesmo que continue com grande qualidade perde força e a pouca rapidez que tem apartir dos 60 minutos), Carrillo começou a desistir, Jonathan Silva ficava a vê-los passar, e os diz-que-são-centrais passaram a tocar demasiado na bola, o que resultou num auto-golo, e num quase auto-golo passado 5 minutos, porque pior do que fazer asneira é só mesmo repetí-la. 

Estivemos bem, honramos a camisola, lutamos pela vitória. Este desabafo pode parecer muito critica não construtiva, mas ainda não quis reflectir sobre as soluções que temos para os nossos problemas, porque já estou demasiado concentrada em terça-feira.

Vamos a Alvalade voltar a ouvir o hino da Champions?

SL 
Singu



domingo, 14 de setembro de 2014

Está na altura de voltar a ser sportinguista.

Não sejam injustos. Não sejam sportinguenses. Não voltem aquilo que éramos há dois anos atrás. Não comecem a exigir o despedimento do treinador, ou a dizer mal do Adrien, que há uma semana atrás exigíamos na selecção e agora já é horrível, péssimo, e tem é de ir com os porcos, como vi por aí na internet.

 Muito sinceramente, gosto mais da forma de jogar do Sporting deste ano. Temos mais capacidade de controlar, fazemos jogadas brilhantes, aprenderam a passar e a controlar a bola, mas a finalização... Não sei como é que eles treinam, não sei se é o Rui Patricio que está em tão má forma que nos treinos marcam-lhe golos e acham que todos os guarda-redes vão sofrer golos assim. Não sei se treinam com um poste e não perceberam que o objectivo não é acertar nele. Não sei se têm tromboses cerebrais cada vez que se aproximam da baliza contraria ou sofrem um surto psicótico qualquer que os faz pensar que o guarda-redes adversário é o nosso Rui Patricio. Não sei o que é que se passa ali, mas sei que a paciência que estou a pedir aos meus companheiros sportinguistas, também não durará muito por estes lados.

 Mas por enquanto acreditem, sonhem, rezem por um milagre na Champions. Não comecem a agoirar e a dizer que vamos levar na pá como contra o Bayern, porque embora isso já me tenha passado pela cabeça, não podemos deixar que isso nos invada o pensamento e consuma as forças que começávamos a recuperar depois de uma geração Roquette que quase nos derrubou a todos.

 Está na altura de sofrer, como sofríamos antigamente. Não na altura Godinho, que sofríamos mais fora do campo do que dentro, tendo em conta que dentro dele já sabíamos que não havia nada a fazer, apenas nos resignávamos a um mau futebol e a continuar a gritar aos ouvidos moucos de quem dirigia e representava o nosso clube. Está na altura de sofrer com jogadas boas, que depois vemos que não dá em nada. Está na altura de sofrer com faltas inventadas, insultos à inteligência dos adeptos, e cartões dados a jogadores nervosos porque também sentem o nosso nervosismo. Está na altura de perder as maneiras, de saltar a refilar e de voltar a ouvir os lampiões a gozarem connosco porque já deixaram de ter pena de nós para não gozar. Está na altura de voltar a sofrer com golos que não são golos, mas que até chegamos a gritar por eles porque daquele ponto de vista no estádio “parecia imeeeenso”!!! 

Está na altura de voltar a ser sportinguista.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Pensamentos pre-Gana


Escrevi isto antes do jogo Portugal- Gana:

Numa altura em que estamos já praticamente eliminados do campeonato do mundo, as criticas a Cristiano Ronaldo voltam a ser o tema do dia. Porque ele não corre,  porque ele não chuta, porque ele não se esforça. Somos Cristiano-dependentes, porque se ele não joga no seu máximo, a seleção portuguesa não mexe a ponta de um corno, mas a população portuguesa esquece-se que sem ele, pior seriamos.

Cristiano é, hoje em dia, uma obrigação. Uma obrigação por deve tudo a todos os portugueses. Na verdade foram os portugueses que o ajudaram a melhorar ao longo de todos estes anos. Na verdade, todos aqueles que apoiavam o messi e assobiavam o Ronaldo, era tudo uma estratégia para o apoiar, e portanto ele agora DEVE-LHES um campeonato do mundo. Não interessa se está lesionado, se se está a prejudicar fisicamente por andar a jogar em esforço, quando tem contratos milionários que dependem da recuperação dele após o mundial. Não interessa se, em declarações antes do campeonato disse “doer? Dói sempre um bocadinho, mas não vai ser isso que me vai impedir de jogar”. Não interessa, se o Real Madrid fez a pressão que fez para o impedir de entrar em campo, e ele mesmo assim entra em campo e tenta ajudar a seleção portuguesa.

A seleção portuguesa (.... ou a piada portuguesa?) foi desmontada por Paulo Bento, que estragou o ultimo mundial de qualidade em que Ronaldo vai participar. Claro que aos 32 ainda poderá vir a jogar, mas não nos enganemos... não será O Ronaldo. Mas Paulo Bento e companhia decidiram que este ano o Cristy ficava-se pelos oitavos, a ser humilhado pela Alemanha e pelos Estados Unidos.
Paulo Bento decidiu que, de todos os que poderia levar ao Brasil, tinha de levar os com quem se dava melhor, porque quem é que quer levar pessoas chatas e de quem não gosta para ir de férias? E o resultado foi uma palhaçada de velhos e festival de lesões que envergonham todo e qualquer português, e se podemos gozar com os espanhóis? Sim, mas foram apenas três dias. E se podemos ficar contentes com a chegada do mundial? Sim, mas foram apenas três dias.

Eu gostava da selecção. Gostava de finalmente torcer pela mesma equipa que o meu pai, ou que os meus amigos lampiões, e estarmos todos do mesmo lado. Ninguém me tirará as memorias do euro 2004, em que éramos realmente uma nação a torcer por uma equipa. Mas lá está, aquela era uma equipa...

Eu gostava da selecção até ser uma passarela de penteados e bigodes e, este ano, de lesões. Eu gostava da selecção até pegarem no conceito de “escolher os melhores jogadores de um país e construir uma equipa” e transformarem em “escolher os jogadores que eu quero valorizar porque ainda ganho uns trocos”. Eu gostava da selecção...

Agora não gosto da teimosia do Paulo Bento, não gosto da dependência ao Cristiano Ronaldo, não gosto da estratégia “pega na bola, passa ao Cristy e ele que se arranje. Nós ficamos aqui a ver”, não gosto que andem a gozar com a nossa cara e a cancelar treinos quando estamos praticamente fora do mundial, não gosto que o treinador tenha a lata de, depois de cancelar treinos, culpar a equipa medica pela quantidade de lesões. Não gosto que o treinador, depois de convocar jogadores que mal jogaram durante este ano inteiro, culpe a equipa medica ou o “cansaço físico” para justificar lesões. Não gosto da quantidade de lesões. Não gosto de jogadores com “tranquilidade”, jogadores que nem deviam ser considerados “representantes de Portugal” nem a jogar ao berlinde!

Ainda assim, e mesmo sem qualquer realismo, eu acredito no apuramento. Afinal, sou sportinguista, vivi a minha vida toda a acreditar até ao fim. Vivi a minha vida toda a levar com 90 minutos de sofrimento, quer fossem dar em vitórias ou derrotas, Sporting é sofrimento. Aprendi a acreditar nas minhas equipas, mesmo quando não mandam uma para a caixa (como no ano passado) e aprendi a acreditar no símbolo que levam ao peito, mais do que nos jogadores. Acredito na força daquele símbolo, como acredito na força do símbolo do melhor clube português, que já em tempos de adversidade e contra todas as probabilidades, deu incentivo a jogadores que nem sabiam fazer um passe e levaram-nos à vitória.


Eu peço desculpa, mas eu acredito.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

O 11 inicial contra o Gana

- Cristiano Ronaldo na baliza. (Só para verem o quão melhor do mundo é, quando está mal das canetas vira guarda redes).
- Eduardo a defesa esquerdo (o guarda redes do Sporting de Braga diz se preparado para assumir este novo papel e com vontade de ajudar a equipa)
- Pepe, que promete controlar - se e voltar a aproximar-se mais da especie humana que da canina.
- Bruno Alves, que, em comentários ao ultimo jogo, confessa que se podia ter levantado antes do chão, deixando o jogador norte americano em fora de jogo, mas que aquele relvado relembrava demasiado o quão boa a sua caminha é e portanto pede desculpa e compreensão a todos os portugueses.
- João Pereira, que diz que até quinta feira é capaz de aprender a fazer cruzamentos menos previsíveis, mas que não é capaz de prometer nada.
- Raul Meireles, cuja barba não assusta ninguém e a prova disso é que ainda leva cotoveladas de americanos de rastas. De rastas!!! Peace and Love menos para os taliban.
- Miguel Veloso, que depois do mundial vai voltar à vida de modelo da Fátima Lopes porque isto do futebol dá muito trabalho e o cabelo anda a ficar muito despenteado com aquela humidade toda.
- João Moutinho, aquele que desaprendeu em apenas um ano tudo o que aprendeu no Sporting Clube de Portugal.
- Nani, que depois de ficar sem jogar meses, também se queixa de cansaço físico.
- Beto, na posição que costuma ser de
Ronaldo.
- E por último Quaresma, que bate nos árbitros todos e ameaça a família deles para que o deixem vir salvar o dia.


E não, o William só joga quando não houver mesmo mais ninguém, porque o William, na verdade, não joga nada e vale zero.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

a pior. altura. do. ano.

Ai (suspiro), esta altura do ano, esta sem competições de futebol, é horrível. Esta altura do ano em que todos os jogadores se andam a "passear" de um lado para o outro porque estão todos apontados a todos os clubes por todos os milhões que os jornais decidirem inventar. Esta altura do ano em que como não há noticias desportivas, os respectivos jornais desportivos decidem inventa-las.

Odeio esta altura do ano. Esta altura do ano em que as politiquices vêm todas ao de cima, onde se fala demasiado da parte estrutural e financeira dos clubes. Aquela em que não há jogos para ver, mas, como é ano de mundial, há demasiadas reportagens sobre o que é que os jogadores comem, e onde é que fazem as suas necessidades.

Odeio esta altura do ano, porque nada do que se passa no futebol nestes dias me interessa minimamente. Não me interessam as contas do clube, não me interessa as bocas irónicas do Bruno de Carvalho, nem as reacções dos palermas dos outros presidentes de clubes. Não me interessa quem vai para onde, só me interessa quem fica. Porque eu tenho confiança no meu presidente, embora muitas vezes me falte um pouco a paciência. 

Eu gosto do futebol puro e do futebol verdadeiro. Dos 22 palermas a correr atrás de uma bola, especialmente se 11 desses palermas andarem com camisolas verde e brancas vestidas. Gosto de trivelas, de fintas, de chapelinhos, de ponta pés de bicicleta, de cuequinhas, de cantinhos do Morais, de 5-3, de finais europeias que parecem decididas até ao minuto 93. Gosto de reviravolta, de gritar golo, de um tremoço e uma imperial, num café com amigos todos a olhar para a televisão, ou gosto de ir ao estádio e ir para lá 3 horas antes conviver.


Não me peçam para me pronunciar sobre os negócios, as auditorias, o que quer que seja. Não me interessa falar sobre isso. Gosto de futebol, puro futebol, e para a semana voltaremos, finalmente, a poder falar de futebol.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Há dez anos atrás havia uma selecção..

Há dez anos atrás vivíamos um sonho. Estávamos na final de um campeonato europeu, em casa, contra a Grécia. A única equipa durante toda a competição que tinha sido capaz de nos derrotar, acabaria por ganhar o título, mas ninguém nos tira os jogos até lá. Ninguém me vai roubar a memória de um jogo contra Inglaterra, que para todos estava perdido. Ninguém me vai roubar a memória de um jogo contra a Holanda, que para todos estava perdido. Ninguém me vai roubar a memória do puto Cristy, ainda leve como uma pena, a chorar como se não houvesse amanhã. 

Há dez anos atrás a nossa selecção era motivo de orgulho. Figo, Pauleta, Rui Costa, Deco, eram os nomes que nos enchiam de esperança, que nos faziam gritar golo, que nos davam ansiedade de um jogo para o outro. Tinha 13 anos. Vivi aquela selecção como não voltei a viver nenhuma outra.

Há dez anos atrás, não olhei para a nossa convocatória e fiquei ofendida, há dez anos atrás não achava que o futebol era tão controlado pelo dinheiro. Há dez anos atrás amava o desporto e amava aquela equipa. Há dez anos atrás tinha a ilusão de ganhar aquela competição, por muito pouco provável que pudesse parecer. Há dez anos atrás não pensava que seria a ultima vez que viria a sentir isso. 

Há dez anos atrás havia uma selecção. Hoje? Hoje há um negócio. 

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Cabeçudos do norte vs lampiões

Os cabeçudos do norte ficam lá no norte. Os cabeçudos do norte sabem ganhar, e não chateiam tanto como vocês com os vossos "curvem-se" e coisas do género. Os cabeçudos do norte não me irritam cada vez que abro o facebook. Os cabeçudos do norte não saíram da toca este ano, em que de repente descobri muito mais amigos benfiquistas, que antes nem fazia ideia que o eram e que antes nem ligavam a futebol.

E pior do que saírem da toca para serem benfiquistas, é saírem da toca para serem lampiões. Os cabeçudos do norte não se suportam. Mas nesse caso suporto menos o clube do que os adeptos. 

No caso do benfica suporto menos os lampioezinhos rasca que para aí andam, que agora se queixam porque "gostava que festejassem a vitória contra o porto ao nosso lado", tudo porque, coitadinhos, no ano passado gozamos com o 92, quando levamos escafias gigantes nos últimos 10 anos. 

O benfica merece ganhar tudo nas competições portuguesas. É um facto que ninguém pode negar. É um facto que eu nunca neguei. E mesmo assim tenho de levar com queixucas palermitas porque decidi não virar benfiquista? É esse o vosso problema? Temos pena. Sportinguistas não são adeptos de vitórias e de títulos, por muito parvo que isto possa soar. Ser Sportinguista não é andar a comparar quem é que ganhou a liga ou a taça que ninguém liga. Portanto, ser Sportinguista é especial e não se esquece, muito menos na nossa melhor época dos últimos anos. 

terça-feira, 22 de abril de 2014

Pre Sporting Belenenses

Escrevo isto ao meio dia e 50 do dia 19 de abril, ainda sem certezas de conseguir ir a Belém, pois saio as 6 do museu onde trabalho. Neste novo local, não me deixam vir de tênis verdes, como sempre utilizei em dias de jogo, quer fosse ao estádio ou não. Tênis da sorte, verniz verde, cachecol, t-shirt singu 23, óculos rayban verdes. É a farda de jogo, e com a época a chegar ao fim começa a dar a nostalgia.

Todos os fins de semana lá vamos nos ter com a família, e apoiar o grande, perder a voz e os betinhos viram ultras. Sim, porque embora ja não seja do croquete, não deixa de ser o clube dos betinhos, dos snobs, e da elite.

Finalmente pude vir aos jogos todos os fim‑de‑semanas, pois finalmente voltei de emigração e até a deslocações fui. Nunca, em 23 anos de vida, vivi a vida Sportinguista como este ano, e o meu sangue virou verde. Isto é verídico!! Fui fazer análises e o meu sangue saiu verde. Acharam um bocado estranho, e disseram que estava doente, mas como estou sempre a dizer "esta doença eu nunca a vou querer curar" disse-lhes para não se preocuparem. (Ai as minhas piadas sem piada... Tenho de me deixar disto)


Escrevo este texto antes do jogo, e não sei se quando o publicar os outros já são campeões ou não. Não sei se ganhamos hoje, não sei o que vai acontecer amanhã, mas olho para esta temporada, mais do que nunca, com orgulho.

Sempre o tive, até no ano passado, nunca me envergonhei de dizer que era do Sporting. Aliás, no ano passado foi quando iniciei o blog e gritei ao mundo sem vergonhas que ser Sporting até em más alturas é um prazer.

Mas este ano fomos uma fênix, a renascer das cinzas, a reconstruir o nosso grande amor, e o nosso "e pronto, fica para o ano" chegou mais tarde, mais perto do fim, e sem expectativas, os sportinguistas rezavam todos os dias para que o milagre acontecesse. Não aconteceu, mas este ano o "fica para o ano" está bem mais possível, bem mais apetecível, bem mais "touchable". Em época de páscoa nós provamos que ressuscitar é mesmo possível.

 Boa páscoa para todos

SL

Singu

domingo, 20 de abril de 2014

Olhos postos nos Leões do Algarve

No ano passado, por volta desta altura, o Sporting acabava em sétimo lugar e carimbava a sua pior época de sempre. Na ultima jornada em casa recebíamos o olhanense e eu vinha de Madrid de propósito, interromper a minha emigração para ir uma última vez a casa antes do final oficial. Muitos gozaram comigo por me ter dado a esse trabalho para ver o Sporting olhanense, mas não me importou demasiado o que achavam e pensavam. Testemunhei uma das cenas que no dia de hoje se repete vezes sem conta na minha cabeça. Os adeptos do clube algarvio resolveram aparecer na academia antes do jogo. O calor já apertava, e muitos iam de t-shirt branca, mas a cor do clube é o encarnado. Obviamente que não foram bem recebidos, essa cor nunca foi bem recebida em antros sportinguistas, e portanto gerou uma grande confusão com os ultras de sapato de vela que costumam pairar por aquelas bandas. Eis se não quando, um deles agarra no outro, e aos gritos diz "tas a chamar lampião à gente?? Eu sou leão carvalho!!!" E levanta a t-shirt do amigo que tinha uma tatuagem nas costas inteiras de um leão, o Sportinguista.

Portanto, hoje estamos juntos meus caros. Contamos convosco para lhes adiar a festa, especialmente depois de estarem a espera ela durante tanto tempo, e tantas vezes ter de ser adiada e mesmo assim não aprenderem a festejar antes do tempo, porque no futebol tudo pode acontecer.

Força leões algarvios!!! contamos convosco!!
SL Singu

segunda-feira, 31 de março de 2014

Desabafos parte... Já perdi a conta

2014-2015 o ano em que voltamos a champions. Já não é um sonho, já não é um objectivo. É uma realidade. 

Depois de uma vitória contra o vitória, os do norte perdem e nós ganhamos distancia ao terceiro. O acesso directo à competição milionária pode mudar muita coisa. O nosso orçamento vai subir, venderemos jogadores, e, embora espere que não, a nossa estrutura irá abalar. 

Não nos enganemos. O Sporting tem esta filosofia de utilizar os jogadores da nossa formação porque não temos dinheiro para mais. Será que iremos resistir à tentação e não destruir o que se construiu este ano? Vender jogadores, comprar jogadores. Emprestar jogadores, trazer estrangeiros... Medo me dá, confesso.


quarta-feira, 19 de março de 2014

Politiquices à parte

Não vou falar de politiquices à volta de futebol. Hoje não falo de fruta, nem de Bruno, nem de pintinho. Hoje falo de William, de Dier, de Rojo, de Adrien, de André Martin, Capel e de Slimani. 

William, o rei da noite. Aquele que aos 20 minutos ja se dizia "vá coitados, já chega William". Somos uma equipa sim, e decidimos, depois de tantas facadas, desistir de ter heróis. Somos uma equipa, e não queremos estrelas. Mas este não é uma estrela. É um deus do futebol. Será um prazer vê-lo em campo com o Cristiano, a mexer-se no campo com quem se passeia ao final da tarde pela praia. William não sua, porque William não se esforça. É pura e simplesmente assim. Um rei em campo e um senhor quando de lá sai. Todos esperamos que não saia este ano, pois no momento em que o hino da champions soar de novo em Alvalade queremos vê-lo a entrar em campo. Imaginem só... Que sonho...

Dier, o maior do banco. Não é titular, pois Maurício roubava-lhe o lugar... Até ao domingo passado. Um jogão. Merece a titularidade, e Leonardo Jardim tem agora um "problema" entre mãos. Contrariamente aos vários treinadores do ano passado, cuja dúvida era qual era o menos mau, este ano para certas posições é qual é o melhor. Que bem que sabe ter esta dúvida. 

Rojo, que entrega cada vez mais o seu corpo e alma ao Sporting. Cada vez mais enquadrado e mais inteligente (coisa que no ano passado duvidava bastante que houvesse dentro daquela cabeça) Rojo prova a cada jogo que passa que é um óptimo jogador. 

Adrien continuo a dizer que está em ácidos. Não percebo como é que se tem uma mudança destas. Às vezes erra, como todos, às vezes abusa nas brincadeiras de fintinhas e jogar bonito, mas ele e William oferecem-nos um meio campo de ouro. E se dizem que Adrien não seria nada sem William, pois o Sporting não seria nada sem a vontade e a qualidade de Adrien. 

André Martins. O jogador que causa a polêmica do golo. Esta fora de jogo, embora haja imagens que mostram que não está, mas não foi apitado e o que interessa é o resultado no fim do jogo. Cada vez mais apagado, este jogador parece ter vindo a descer de qualidade, e embora goste dele, às vezes irrita-me. Esteve bem fora e não foi só no momento do golo.

Slimani é o marcador, aquele que concretizou realmente o momento que fez Alvalade vir a baixo. Antes do jogo deu-me medo que entrasse a titular. Se as coisas não tivessem a correr bem, se entrássemos mal do jogo, pôr Montero, infelizmente, já não faz diferença. Quando as coisas estão a correr mal, e Slimani entra, as coisas passam a correr bem. Tinha medo. Medo de acontecer algo e não haver reacção possível, nem substituição que fizesse um "shake things up". Mas Slimani entrou bem, o Sporting entrou bem, controlamos e tivemos sorte com algumas à barra. 

Capel, há quanto tempo é que não aguentavas 90minutos???

E agora aquele que, como adepta de futebol gostei, como Sportinguista odiei. Quaresma. Durante o jogo insultei-o, claro, como todos os que lá estavam. Se soubesse assobiar, assobiava, portanto peço sempre ao do lado para assobiar por mim. Mas realmente o rapaz às vezes surpreende para caraças. O que raio foi aquela jogada, terminada numa letra, que graças a Deus acabou na trave?? Se desse em golo, ia odiar o momento em que um ex-jogador do Sporting constrói a jogada que nos faria sofrer, mas a verdade é que era um golão.

Pois é, foi um grande jogo. Não via Alvalade tão feliz à tanto tempo. E digo Alvalade porque ali somos todos Alvalade, somos um. Somos um por eles. Cantámos mais alto, gritámos mais alto, saltámos mais alto. Desta vez os "dragões" não cuspiram fogo, desta vez até vergonha tiveram de meter o REC, desta vez ouviu-se o nosso rugido e desta vez matamos as "saudades" que tantos tinham do Sporting Grande. Aqui estamos nós. Grandes e a acreditar naquilo que é a maior reviravolta de todos os tempos na história do nosso clube. Se calhar ja não somos o não-mas-sim-mas-não-digam-a-ninguém-candidatos-ao-título, mas para o ano o hino da champions vai tocar em Alvalade, e só isso já nos deixa orgulhosos... e mais do que felizes. 

domingo, 16 de março de 2014

Desabafo escrito pos-jogo

Escrevo isto acabada de chegar a casa, mesmo que apenas seja publicado depois. Hoje dormi duas horas, trabalhei 6, vim a casa e fui para o estádio. 90 minutos na curva sul, a saltar, a levar com um gordo (ao dito gordo uma especial saudação leonina) em cima, gritei, bati palmas e cantei. Celebrei antes, durante e depois, não a vitória do Sporting, mas o ser Sportinguista. No momento do golo, senti a minha nova cicatriz a sofrer, mas não conseguia parar de sorrir. Finalmente. Finalmente contra um grande temos o resultado que merecemos. Finalmente o Sporting mostra o que vale e volta aos bons jogos. Finalmente ganhamos aos porcos. Finalmente. Agora chego a casa e excitação e felicidade passou tanto ou tão pouco que nem consigo dormir.

Num dia como hoje sabe bem ser do Sporting. E eu bem sei que não devíamos ter ídolos, pois já levamos muitas facadas nos últimos anos, mas eu quero uma estátua ao William ja. Não daqui a uns anos. Ja. 

Ainda quero ver o jogo outra vez amanhã, para poder comentar melhor e voltar aos meus posts normais, mas precisava de desabafar.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Onde anda o desporto futebol?

Mal posso acreditar que já passou um mês desde que escrevi o meu ultimo post no blog.. Entretanto muita coisa aconteceu, mas a maior reviravolta foi definitivamente a minha posição em relação aos árbitros. Há um tempo atrás, escrevi um post chamado "Oh Paixão, tu és um pão", que defendia que devíamos tentar elogiar mais os árbitros para ver se a graxa funcionava, já que os filhos da fruta durante os jogos não andavam a mostrar resultados palpáveis. Pois bem, agora defendo o “partam-lhes as pernas”.

 Há uns tempos, Pedro Proença foi agredido no Colombo por adeptos do benfica, e vejam lá se não resultou? Isto das manifestações não me parece uma atitude produtiva. Acho que apenas vai parecer que andamos aqui a chorar pelos cantos e não vai dar em nada. Vão aparecer 30 macaquinhos, os mesmos que apareciam na época Godinho, e ninguém lhes vai ligar nenhuma. Não estou a dizer, muita atenção, para não irem. Não estou a dizer que as soluções pacíficas são más. Não sou contra manifestações, já que digo, e com muito orgulho, que participei no 15M, em Madrid, dormi na praça do Sol, e ainda fiz de voluntária para limpar a sujeita em que resultou tal revolução. Não estou a dizer que não irei lá gritar pela verdade desportiva. Apoio totalmente as formas pacíficas de manifestação, mas não me peçam para acreditar que vai dar em alguma coisa.

 Eu sou uma realista. Uma sonhadora realista. Sonho, sonho, sonho, mas sei que não passam de sonhos. Sonho com um futebol sem enganos, sem corrupção, sem o-pintinho-está-senil-portanto-este-ano-já-não-há-porto, ou um o-pintinho-está-apaixonado-pela-nandinha-e-portanto-este-ano-já-não-há-porto. Sonho com um futebol com árbitros imparciais. Não digo perfeitos, mas que não se combine quem ganha ou perde nos bastidores. Sonho com um futebol sem fruta, um futebol sem negócios, um futebol que apenas seja... futebol.

Ás vezes, até penso que gosto mais do futebol que jogava na Escola Secundária, do que o que vejo na televisão, profissional e cheio de arte. A competitividade era a sério, não era comprada. Cada jogador corria, suava, sofria, magoava-se, pela equipa e pela vontade de ganhar, onde as faltas não existiam, e a altura da baliza era discutida intensamente cada vez que o golo era mais alto que o guarda-redes. Isso é futebol.

Aquilo que temos hoje em dia, já está muito longe disso. UEFA, FIFA, FPF, APAF são organizações que estragaram aquilo que de melhor existe: o futebol.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Encontra a tua fé

Às vezes questiono-me sobre esta obsessão dos sportinguistas de dizer mal do sportinguismo do outro.

Tal como na religião, é permitido a cada um viver o seu clube como bem entender. Se encontrar a fé fechado num quarto, que fique. Se encontrar a fé a fazer voluntariado, que faça. Se encontrar a fé a atropelar pessoas, aí é capaz de ser um pouco mais chato, mas que o faça também.

Não digo que apoio estes sportinguenses que no próximo sábado dirão que está frio, que já não estamos a jogar nada, que não vale a pena lá ir. Apenas digo que basta de medição de pilinhas quanto ao nivel de sportinguismo que cada um vive. Estamos aqui todos para o mesmo, amamos todos o mesmo clube, e somos todos uma familia. E embora dentro das familias também haja problemas, e não se deva perdoar tudo a quem tem o mesmo sangue a correr pelas veias, temos, ainda assim, que nos manter unidos. (Até porque esta semana já levamos o suficiente com os lampiões, que tão contentes estão eles de nos terem ganho. Não nos podemos virar uns contra os outros também.)

Às vezes dizer mal está bem. Não sou cega, sou inteligente, e consigo ser racional, mas isso não quer dizer que ame menos aquele símbolo que levo ao peito cada vez que tenho a honra de vestir a minha stromp e ir à bola.

Eu amo o Sporting, eu vivo o Sporting, eu respiro o Sporting. E não admito que alguma vez ponham isso em causa.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Ainda não foi desta...

Hoje o dia passa mais devagar. Se ontem foi uma roda-viva de emoções, hoje é um dia triste, sem graça, e de vitimas de bastantes comentários, mensagens, e gozo.

Aqueles que no ano passado diziam que jogar contra o Sporting não lhes fazia diferença, este ano o medinho e o respeito voltaram, pelo menos antes do jogo. No ano passado, até diziam “eu tenho pena do Sporting”, “quero que o Sporting volte”, “o nosso inimigo é o porto”. Este ano nunca os vi tão contentes por nos ganharem, porque o medo, o nervoso e a duvida estava lá antes de soar o apito.

Não estivemos à altura. Não estivemos à altura de um derby. Jogamos mal, sem meio-campo, sem pose de bola, ter lá o Piris ou não ter dava exactamente igual (vai na volta ainda seria melhor não ter), o Dier não serve para isto, a equipa em geral estava nervosa, e as decisões não eram tomadas com cabeça. O estilo de jogo foi arriscado, e talvez tivesse funcionado no domingo, com o factor surpresa. Mas não funcionou ontem, e espero que não se volte a repetir. Acho que Slimani não deveria ter saído, já que apesar de não fazer grande coisa (como ninguém andava a fazer), sempre fazia mais que o Montero. Adrien exagerou na brincadeira das fintinhas, parecia que tinha o timming desfasado daquilo que era logicamente obrigatório na hora de passar a bola. O que não estava nada à espera, era que o melhor em campo do Sporting, fosse o recém-chegado Heldon. Mexia-se bem, as poucas bolas que ganhávamos eram com ele, e a bola chegava lá a frente, o pouco que chegava, com ele. E sim, por muito que me custe, confesso que o Carrillo fez uma certa falta.............

Não sei em que momento me apercebi que não íamos sair dali com uma vitoria. Não sei se foi no minuto 2 ou no minuto 3, mas aos 82 minutos fazemos o primeiro remate, e deixa-me então com um pouco de esperança (?). Fomos ridículos, e fomos humilhados, mas também não podíamos estar à espera de mais. O nosso problema sempre foi não termos banco, e realmente, para os jogos com os pequenos até nos safamos, jogamos bem, e sem outras competições onde participar, em principio não era necessária tanta preocupação com o banco. Mas lixamo-nos, no momento em que o amarelo foi mostrado ao William, e no momento em que Jefferson levou uma cacetada do outro mundo. É uma chatice, e eu bem disse que não devíamos ter medo, porque éramos uma equipa e não um jogador só. Mas estes jogadores, para além de terem uma importância a nível de jogo, a sua ausência impôs uma pressão sobre o resto da equipa.

Apesar de tudo, tal como ouvi ontem pelo cortejo “nunca se perde quando se é do Sporting”. Embora achasse que é um pouco discurso de perdedor, mais tarde percebi o que ele queria dizer com isso. Foi uma tarde memorável na qual mandei calar lampiões, obriguei os senhores dos bares da lixeira a esconderem o cartão que levavam ao pescoço que dizia “o benfica és tu”, torci o pé, fiquei sem pernas, perdi a voz, vi o Ricardo Esgaio pelo caminho, e conheci pessoas de uma família da qual vale a pena pertencer. Fui sozinha, pois os meus amigos sportinguistas não aderiram à deslocação, e fui fazendo amigos ao longo do cortejo e jogo.


Ser do Sporting não é ser sportinguista quando dá jeito, quando sabe bem, quando ganhamos. Ser do Sporting vive-se no dia a dia, ser do Sporting não é explicável, não é racional, não é lógico. É ter nascido com sangue verde e branco e, sem justificações, dedicar-se a esse clube a 100% mesmo quando perdemos tudo. 

Ser do Sporting é encher o estádio no próximo sábado, e mostrar que somos os melhores adeptos do mundo e não nos deixamos abater por dois jogos menos bons.