Às vezes questiono-me sobre esta obsessão dos sportinguistas de dizer mal do sportinguismo do outro.
Tal como na religião, é permitido a cada um viver o seu clube como bem entender. Se encontrar a fé fechado num quarto, que fique. Se encontrar a fé a fazer voluntariado, que faça. Se encontrar a fé a atropelar pessoas, aí é capaz de ser um pouco mais chato, mas que o faça também.
Não digo que apoio estes sportinguenses que no próximo sábado dirão que está frio, que já não estamos a jogar nada, que não vale a pena lá ir. Apenas digo que basta de medição de pilinhas quanto ao nivel de sportinguismo que cada um vive. Estamos aqui todos para o mesmo, amamos todos o mesmo clube, e somos todos uma familia. E embora dentro das familias também haja problemas, e não se deva perdoar tudo a quem tem o mesmo sangue a correr pelas veias, temos, ainda assim, que nos manter unidos. (Até porque esta semana já levamos o suficiente com os lampiões, que tão contentes estão eles de nos terem ganho. Não nos podemos virar uns contra os outros também.)
Às vezes dizer mal está bem. Não sou cega, sou inteligente, e consigo ser racional, mas isso não quer dizer que ame menos aquele símbolo que levo ao peito cada vez que tenho a honra de vestir a minha stromp e ir à bola.
Eu amo o Sporting, eu vivo o Sporting, eu respiro o Sporting. E não admito que alguma vez ponham isso em causa.
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Ainda não foi desta...
Hoje o dia passa mais devagar. Se ontem foi uma roda-viva de
emoções, hoje é um dia triste, sem graça, e de vitimas de bastantes
comentários, mensagens, e gozo.
Aqueles que no ano passado diziam que jogar contra o
Sporting não lhes fazia diferença, este ano o medinho e o respeito voltaram,
pelo menos antes do jogo. No ano passado, até diziam “eu tenho pena do
Sporting”, “quero que o Sporting volte”, “o nosso inimigo é o porto”. Este ano nunca
os vi tão contentes por nos ganharem, porque o medo, o nervoso e a duvida
estava lá antes de soar o apito.
Não estivemos à altura. Não estivemos à altura de um derby.
Jogamos mal, sem meio-campo, sem pose de bola, ter lá o Piris ou não ter dava
exactamente igual (vai na volta ainda seria melhor não ter), o Dier não serve
para isto, a equipa em geral estava nervosa, e as decisões não eram tomadas com
cabeça. O estilo de jogo foi arriscado, e talvez tivesse funcionado no domingo,
com o factor surpresa. Mas não funcionou ontem, e espero que não se volte a
repetir. Acho que Slimani não deveria ter saído, já que apesar de não fazer
grande coisa (como ninguém andava a fazer), sempre fazia mais que o Montero.
Adrien exagerou na brincadeira das fintinhas, parecia que tinha o timming
desfasado daquilo que era logicamente obrigatório na hora de passar a bola. O
que não estava nada à espera, era que o melhor em campo do Sporting, fosse o
recém-chegado Heldon. Mexia-se bem, as poucas bolas que ganhávamos eram com
ele, e a bola chegava lá a frente, o pouco que chegava, com ele. E sim, por muito que me custe, confesso que o Carrillo fez uma certa falta.............
Não sei em que momento me apercebi que não íamos sair dali
com uma vitoria. Não sei se foi no minuto 2 ou no minuto 3, mas aos 82 minutos
fazemos o primeiro remate, e deixa-me então com um pouco de esperança (?).
Fomos ridículos, e fomos humilhados, mas também não podíamos estar à espera de
mais. O nosso problema sempre foi não termos banco, e realmente, para os jogos
com os pequenos até nos safamos, jogamos bem, e sem outras competições onde
participar, em principio não era necessária tanta preocupação com o banco. Mas
lixamo-nos, no momento em que o amarelo foi mostrado ao William, e no momento
em que Jefferson levou uma cacetada do outro mundo. É uma chatice, e eu bem
disse que não devíamos ter medo, porque éramos uma equipa e não um jogador só.
Mas estes jogadores, para além de terem uma importância a nível de jogo, a sua
ausência impôs uma pressão sobre o resto da equipa.
Apesar de tudo, tal como ouvi ontem pelo cortejo “nunca se
perde quando se é do Sporting”. Embora achasse que é um pouco discurso de
perdedor, mais tarde percebi o que ele queria dizer com isso. Foi uma tarde
memorável na qual mandei calar lampiões, obriguei os senhores dos bares da
lixeira a esconderem o cartão que levavam ao pescoço que dizia “o benfica és
tu”, torci o pé, fiquei sem pernas, perdi a voz, vi o Ricardo Esgaio pelo caminho, e conheci pessoas de uma
família da qual vale a pena pertencer. Fui sozinha, pois os meus amigos
sportinguistas não aderiram à deslocação, e fui fazendo amigos ao longo do cortejo e jogo.
Ser do Sporting não é ser sportinguista quando dá jeito,
quando sabe bem, quando ganhamos. Ser do Sporting vive-se no dia a dia, ser do
Sporting não é explicável, não é racional, não é lógico. É ter nascido com
sangue verde e branco e, sem justificações, dedicar-se a esse clube a 100% mesmo
quando perdemos tudo.
Ser do Sporting é encher o estádio no próximo sábado, e mostrar que somos os melhores adeptos do mundo e não nos deixamos abater por dois jogos menos bons.
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