terça-feira, 30 de setembro de 2014

Tenho orgulho em ti

Adormeci mal cheguei a casa do jogo, mas acordei agora, às 2:07 da manhã, e não consigo não escrever.

Em 23 anos de vida nunca tinha visto um jogo em casa para a Champions. Já tinha visto no Bernabeu, no Calderón e até na lixeira. Tinha 15 anos a ultima vez que jogamos nesta competição, 16 a primeira vez que vi o Sporting em Alvalade, mas como qualquer amante de futebol, todas as terças e quartas, lá estávamos nós, às 19:45, num zapping entre jogos para tentar não perder nada do que se estava a passar.

19:45.

Aquela hora mágica. Aquela hora em que o futebol começa no seu maior esplendor.

Ao fim de 23 anos, vejo pela primeira vez Alvalade a apitar às 19.45 e a excitação era incontrolável. Contra o Chelsea!!! Dividiam-se as opiniões em relação ao Mourinho, quem adore, quem odeie, faziam-se apostas, havia medo, havia esperança, comiam-se bifanas e a cerveja não podia faltar. Só se queria era chegar a tempo de ouvir o hino. A má organização de um estádio capacitado para 50.000 pessoas não permitiu a entrada de muitos (incluindo a mim) a tempo de ouvir o LA CHAMPIOOONS que todos desejávamos. Mas não interessava, porque o apito já tinha soado e já lá estávamos dentro... “FINALMENTE”!!!

Não me apetece falar de futebol, apetece-me falar de coração.

 Tenho Orgulho. Orgulho dos meus jogadores, do meu treinador, da voz unida em Alvalade que impressionou tanto os ingleses, que acalmaram bastante os cânticos na segunda parte (talvez ajudado pela ressaca que lhes deve ter chegado entretanto).

Tenho orgulho no Rui Patrício, que em tempos odiava e termia cada vez que se aproximava da bola, mas que provou, mais uma vez e até a sportinguistas, que é um grandíssimo guarda-redes.

Tenho orgulho nos estreantes em competições europeias. Sim, porque alguns nem eram estreantes só na Champions, mas em qualquer competição europeia.

 Tenho orgulho no Marco Silva, que soube quando podia arriscar, como arriscar, e não se deixou assustar.

 Tenho orgulho no Carrillo. É verdade, tenho orgulho no Carrillo. Eu. A Singu. Tenho orgulho no quanto cresceu, mas mais do que isso tive orgulho quando foi substituído e foi a correr!!! Em vez de ir a passo de caracol como era antigamente. Parabéns miúdo.

 Tenho orgulho no Adrien, no William e no João Mário, pois foram uns reis contra um meio campo de alta qualidade internacional, experiente, e que no papel não iam dar hipótese. Mas futebol é futebol. Não baixaram a cabeça, não deixaram de suar, não desonraram a camisola.

 Tenho orgulho na nossa curva, que foi incansável. Tenho orgulho no nosso publico que foi elogiado até por Mourinho.

 Tenho orgulho em tudo isto e tenho orgulho em ti. Que foste ao estádio e gritaste e desesperaste e acreditaste. Tenho orgulho em fazer parte da tua família. Tenho orgulho em fazer parte de um Sporting tão bonito, tão unido, tão especial.

Queridos jogadores,

nós acreditamos em vocês, nós acreditamos que vamos longe, nós não desistimos, portanto não desistam. Acordem todos os dias a esforçarem-se um pouco mais, adormeçam todos os dias um pouco mais cansados. Acordem todos os dias um pouco mais cedo para o treino, por muito difícil que seja, mas esforcem-se e não baixem os braços. Não virem as costas ao sucesso. Tenho orgulho em vocês, mas sei que conseguem ser ainda melhores, e quando o forem, vão ver que vale a pena. Vão ver que não haverá maior amor que o nosso. Vão ver que estaremos lá para vocês, mesmo quando as coisas não correrem bem. O futebol é feito de jogadores, e nós somos o vosso 12º jogador. Olhem para as bancadas e tenham também orgulho em nós. Façam isto por nós.

 SPORTING SEMPRE

 SL
 Singu





domingo, 28 de setembro de 2014

Diz-que-são-centrais

Já ninguém pensava noutra coisa desde o ultimo derby. Só queríamos que chegasse sexta-feira, dia 26 de setembro de 2014. Finalmente chegava o clássico, e se nos derbys não ganhamos ha uns anos, Alvalade é o palco onde a equipa do norte perdeu mais pontos na ultima década. A esperança era muita, e acordei com uma pica enorme. Íamos ganhar. Tínhamos de ganhar. 

"Esmerdei-me" (peço desculpa pela palavra, mas muito sinceramente não há outra) toda numas escadas, e torci o pé. Achava mesmo que já não podia ir ao estádio utilizar pela primeira vez a minha primeira gamebox, e chorei. Chorei até decidir que não ia ser um pé do tamanho de uma melancia que me ia impedir de ir ver o meu grande amor. 

Uma primeira parte magistral. Convenceram-me que iríamos ganhar tranquilamente, sem haver grandes sustos, a não ser quando os nossos diz-que-são-centrais tocavam na bola. Mas na primeira parte nem tocaram tanto, pois tínhamos um meio campo em forma, inspirado, que não deixava passar nada, com um William, um Adrien e um João Mario (que desde a primeira jornada digo que deveria ser titular, e toda a gente me manda calar porque "sou rapariga e não percebo nada disto") em modo genios. 

Nos cantos, confesso que ainda não percebi a maneira deles se posicionarem, que na maior parte, se houver um ressalto, não há ninguém para o apanhar e rematar. Ou se houver, normalmente há algum problema na área e os nossos jogadores em vez de irem à bola e seguirem com o jogo, distraem-se a refilar com o árbitro (como aconteceu no grande remate do Capel, em que poderia ir lá uma segunda vez, mas estava mais ocupado a refilar). E por diversas vezes aconteceram situações destas, mas hei de fazer um post apenas sobre este assunto, pois tenho uma teoria muito profunda sobre ele.

Na segunda parte desaparecemos. É difícil aparecer com uma equipa toda amarelada, e a levar cacetada por todos os lados e a vê-los a sair impunes. É difícil aguentar 90 minutos a controlar um Porto com uma grande equipa mas ainda pouco estruturada. Lopetegui vai experimentando, e vai vendo o que passa, como numa pre-época, mas com um banco que dava para outro Porto de grande qualidade. E se na primeira parte não resultou, na segunda fomos papados. Nani desapareceu, William está gordo e não aguenta 90 minutos (mesmo que continue com grande qualidade perde força e a pouca rapidez que tem apartir dos 60 minutos), Carrillo começou a desistir, Jonathan Silva ficava a vê-los passar, e os diz-que-são-centrais passaram a tocar demasiado na bola, o que resultou num auto-golo, e num quase auto-golo passado 5 minutos, porque pior do que fazer asneira é só mesmo repetí-la. 

Estivemos bem, honramos a camisola, lutamos pela vitória. Este desabafo pode parecer muito critica não construtiva, mas ainda não quis reflectir sobre as soluções que temos para os nossos problemas, porque já estou demasiado concentrada em terça-feira.

Vamos a Alvalade voltar a ouvir o hino da Champions?

SL 
Singu